sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Ser Jovem


Como alguém pode se achar superior ao próximo?

Somos infinitos. Há infinitos dentro de nós. Infinitos de sentimentos. Infinitos de pensamentos não lineares. E o infinito é incontável. Então como, assim sendo, há pessoas com a coragem de se auto superiorizar diante do mundo? O mundo é uma bagunça composta por seres que possuem bagunças dentro de si. Infinitos de bagunça. Todos são diferentes, e um dos fatores que nos tornam iguais são essas diferenças. O preconceito e o julgamento não deveriam existir, mas parece que esses conceitos coexistem com o ser humano. O ser humano é coexistente com um monte de merda. Tudo se torna uma grande bola de neve de sujeira. Se há alguns anos me perguntassem se eu tenho esperança por um mundo melhor, minha resposta de uma mente sonhadora diria que sim. Se me fizerem a mesma pergunta agora, eu direi que não. Mas com a incerteza de uma pequena esperança que ainda me pertence lá no fundo. A gente cresce e parece que a esperança se perde nesses anos vividos. Ou sobrevividos. Sou jovem e sinto em dizer que tudo o que eu vejo é sujeira. Sou jovem e tento decifrar esse mundo sem sentido no qual vivo. Sou jovem e tento dar sentido à ausência de sentido. Sou jovem e vivo nos enigmas da juventude. Sou jovem e não quero deixar no passado essa fase em que vivo. Sou jovem e quero levar essa juventude comigo para sempre. Sou jovem e quero descobrir, jamais aceitar. Ser jovem de dúvidas. Ser jovem no amor. Ser jovem na existência. Não temo envelhecer fisicamente. Temo envelhecer mentalmente. Temo um dia fechar todos os meus conceitos, guardar todo meu espírito em uma caixinha e esquecer. Temo fechar os olhos para o mundo além da minha vida cotidiana.
Me deixa ser jovem.
“Let us die young or let us live forever.”

sábado, 13 de dezembro de 2014


 Meu sonho é te causar dor, angústia e amor. É te fazer derramar uma lágrima que abra alas para muitas outras.
 Quero te fazer sentir para depois arrancar todo o seu sofrimento com minhas próprias mãos. E, assim, te abraçar para que você se sinta são. 
 Quero lavar sua alma com todas as lágrimas que derramei por nós dois. Pois por todo esse tempo venho carregando o meu mundo com um pouco do peso do seu. E me dói ver que o meu burro de carga não lhe é suficiente. Me dói ver que você não vê.
 Agora me dói mais por saber que você vê demais. Vê tudo e vê errado. 
 Por favor, segure minha mão e me deixe te mostrar um pouco do meu mundo. Meu mundo que chora, que sorri e que é só imaginação. Meu mundo que é você. Meu mundo que terá sempre um pouco de ti em meu coração.
 Por Favor...



Estou cansada dessas minhas reclamações clichês que me prendem em uma bolha espessa de espelhos que refletem todas minhas amarguras. Estou cansada dessa minha vida alvo de julgamentos errôneos do meu ser. Estou cansada de sentir tudo ao meu redor e me satisfazer com tão pouco por ficar tão exausta facilmente. Estou cansada desse tom de sabichona das pessoas mesmo quando elas não sabem de nada. Estou cansada de conselhos baseados em experiências próprias. Estou cansada de não saber e não viver, e de saber que nunca viverei. Estou com sono, mas farta de dormir. Estou deitada e vontade de caminhar me falta. Estou mais uma vez fazendo aquilo que me deixa cansada. Estou mais uma vez prestes a colocar o último ponto final com o clichê perfeito dizendo que estou cansada de estar sempre tão cansada. 



  Medo. Um sentimento que todos com um pingo de humanidade já vivenciaram e vivenciam no dia-a-dia de suas miseráveis vidas. Medo de aranha, barata, formiga. Medo do escuro, da solidão, da multidão. Medo que se torna fobia. Medo que faz sua rotina, evitando se encontrar com tais causadores. Medos são muitas vezes irracionais e tão pessoais, mas mesmo assim há sempre quem os julgam fúteis. Podem até ser, mas ele mexe com uma parte de nosso cérebro que nem nós mesmos conseguimos decifrar, e esse é o grande problema. Medos podem ser provindos de alguma situação traumática ou não agradável, mas esse é o tipo que tem menor problema, pois podem ser superados. Mas para ser superado, é preciso a aceitação do tal para a compreensão da razão de o abster de sua vida. Tá, não é tão fácil assim, porém, existem piores tipos de medo, acredite.
  Medo oculto. Ele está ali guardado na mais profunda imensidão de seus segredos mais sagrados, aqueles que você nem conta mais em pensamento para você mesmo. É tão secreto e tão perigoso, que é quase imperceptível. É ele que às vezes atrapalha a maior parte do desenvolvimento da sua vida, em maior parte na pessoal. Ele está tão escondido que se torna um espião de uma agência desconhecida que nem mesmo a CIA ouviu falar. Você. Você se torna prisioneiro do seu próprio agente secreto treinado pra agir como tal. E o grande desafio é se livrar dele.
  Primeiro passo: Descobrimento do agente estranho. Check ✓
  Segundo passo: Aceitação. Check ✓
  Terceiro passo: Dar um passo para a superação.
  Quarto passo: Superação.
  Há muito tempo venho me perguntando o que há de errado comigo. Por quê eu faço tudo errado? Por quê eu magoo as pessoas que eu amo? Por quê eu me afasto das pessoas mesmo as amando? Por quê eu conquisto e não me permito ser presenteada com o mesmo amor que eu dou? Aí está ele: o medo. Tenho medo da insegurança. Tá, e daí? Todo mundo é inseguro. Não, vou repetir. EU TENHO MEDO DA INSEGURANÇA. Tenho tanto medo de ser insegura, de não realizar minhas ações do jeito esperado, que acabo desistindo de tudo pela minha própria previsão de que vou ficar com medo de falhar, e, assim, nem tento.
  Eu amo as pessoas e amo me relacionar com elas. Amo me sentir querida. Amo conversar. Amo ouvir. Amo conhecer. Amo sonhar com possibilidades de convivência. Mas não amo o fato de não querer amar. E não suporto a chance de me amarem, pois, para mim, nada é real, tudo acontece apenas na minha parte criativa do cérebro que nunca permitirá se tornar real. Eu vivo presa num mundo que não é só meu, e me julgo egoísta por não partilhar dele com ninguém, mas também me sinto ridícula em achar que pelo menos por um momento alguém realmente irá se importar com ele. Porque ninguém se importa como eu. Ninguém se importa comigo do mesmo jeito que eu me importo com todos. Fofoqueira? Não. Interesseira? Também não. Desocupada? Negativo. Tenho muita roupa pra guardar. Curiosa? Talvez. Mas da maneira mais passiva que se pode existir. Eu acredito que sou ninguém. Aquele do filme Mr. Nobody, só que, ao contrário de mim, ele tem uma vida - uma não, três. Eu tenho essas várias vidas, só que é uma vida em que só eu participo, e nem sempre eu sou a protagonista, pois na real em que eu vivo,  estou ausente de todas as cenas principais. E eu tenho medo disso. Tenho medo de ser ninguém. Mas me conformo não sendo. Tenho medo da conformidade, mas estou confortável com ela. Julgo quem se conforma e quem tem medo de ser. Aconselho, brinco, acolho e ajudo aqueles que possuem o mesmo medo que eu. Mas jamais conseguirei superá-lo. Pois esse é meu maior medo. Eu não quero. Há uma garota dentro de mim que grita pra se libertar, e pede por comida toda vez que se aproxima da chance de ultrapasssar esse passo de superação. Só por me olhar, já dá para perceber que muitas vezes já encontrei essa chance e a deixei escapar. Sei que sou eu quem faz as chances. Mas sei também que sou eu que as desperdiço. Eu. Eu faço tudo acontecer. Eu faço tudo errado. Eu que não faço nada. Eu que faço e não deixo acontecer. Por querer ter tudo no controle, tudo foge de minhas mãos. Vivo tanto com meu medo de ter medo, que estou me tornando ele. Ele já faz parte de mim. Ele me englobou por inteiro. Eu tenho medo de mim. Eu sou meu medo. Eu sou o medo. Um parasita de mim mesma. Na real, a grande questão é que eu ainda espero que, por trás da minha capa protetora de puro temor, ainda esteja alguém esperando por mim para olhar nos meus olhos e enchergar que no fundo deles ainda há uma alma que pede socorro. Mas enquanto isso, as lágrimas e os sorrisos escondem a verdadeira razão pela qual eu não desisto de lutar enquanto desisto de todo o resto. Não há respostas, mas a esperança de obtê-las é maior. A verdade é que a gente vive pela esperança. Nós somos feitos de esperança, como gordos são feitos de gordura. Pois quanto mais gordo se é, mais esperança de mudar se tem. Todo dia há uma nova esperança. Prazer, eu sou o medo cuja única forma de vida que me habita é a esperança.
  XOXO

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Que chova!


 What could have been love está tocando no momento, e com os fones de ouvido parece mais uma trilha sonora. Acho que é isso! Procuro uma trilha sonora que guie minha vida.
 Vou fugir da chuva que está por vir, mas o que eu queria mesmo era uma chuva em minha vida. 
   Que chova morangos, tortas e quem sabe até canivetes. Qualquer coisa que me faça sair dessa mesmice é sempre bem-vida. 
  Menos hambúrguer, por favor! Vegetarianos agradecem...

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Perdidamente sozinha

  "Perdida". Se há uma palavra que me descreva agora é essa. Estou me sentindo completamente perdida no mundo. Não porque estou sem caminho para seguir, e sim porque tenho muito deles e razão para caminhar em todas as direções. E o pior: estou sozinha nessa. Nem meus pais, amigos ou Deus, seja lá o que for, podem me ajudar.
   É, talvez a palavra "solidão" me descreva também.
   Quero achar meu lugar no mundo para que assim me notem. Quero que me vejam, mas fugi. Espero que não demorem para sentir minha ausência, pois o medo já está tomando conta de mim.
   As lágrimas insistem em cair enquanto tento decifrar os sentimentos que a trazem.
   Molhei toda a minha bunda sentando num banco molhado, mas a paisagem ao ar livre compensa. As nuvens abstrai figuras que meu cérebro forma inconscientemente. As montanhas cobrem o pôr-do-sol. E as diversificadas árvores enchem as ruas. Agora sei porque minha cor preferida é verde. O verde me traz uma sensação de conforto.
   Não consigo ver as pessoas reunidas sorrindo sabendo que elas não me enxergam. É como se eu não conseguisse respirar. Aquela dor vazia me invade o peito, e tudo o que eu sinto além dela são as lágrimas e a vontade de correr até que minha adrenalina atinja o limite.
   As pessoas passam por mim com uma expressão que não precisa ser dita: "Quem é ela?" ou "O que essa menina faz aí com esse caderninho no meio do nada?"
  Só queria saber se um dia as pessoas sentirão esperança ao me ver. Do tipo: "Ah, ela está ai!" ou "Olha ela aí com o caderninho, ainda bem!".
  Não sei o motivo desse desabafo aleatório e confuso, mas será que alguém se sente perdido assim como eu? Ou o problema mesmo é meu drama e a necessidade de encontrar "porquês" em tudo? Bem, a esperança de ser normal ainda persiste...